domingo, 26 de julho de 2009

À Semelhança dos Descobridores

Chegar a Lisboa é encantar-se com uma visão especial que nos acompanha para todos os lados: a dos varais/estendais coloridos e iluminados. Uns estão no alto, imponentemente hasteados; outros acessíveis às mãos, mas intocados, como que a dizer do respeito que têm os lisboetas pelo bem que é alheio.

Se, como que por mágica, Lisboa ficasse privada dos seus varais, certamente que seria uma outra Lisboa. Ainda exuberante pelo tanto que há em si de História, mas desfalcada do colorido peculiar pincelado pelos estendais.

Não há aqui qualquer insinuação de que não haja em outros lugares a prática de secar roupas penduradas em varais e ao sol; todas as cidades têm os seus varais. Isto é coisa própria das sociedades que vestem roupas. O que se destaca é que os varais de Lisboa são diferentes. Eles se lançam historicamente fora dos limites da habitação, de modo análogo ao que se lançaram para fora dos limites geográficos os Descobridores... Em troca, porém, oferecem à cidade um colorido sempre mutável, sempre constante, e que se destaca fantasticamente na paisagem, a competir com a secularidade das fachadas impregnadas de História.

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